Expressão corporal e dramática na terceira idade
Chegou ao fim uma vida de trabalho
Correrias, horários, stress
E os filhos cresceram tão depressa que ainda os vemos a brincar
Os netos ou a solidão: eis a questão.
Este tempo já não é nosso? Porquê?
Saímos do tempo na estação da memória
E por lá vagabundeamos á procura daquele instante que deu sentido á vida.
Ardemos ao sol de inverno num banco de jardim
Ainda à espera de um arrepio que nos acorde.
Quantas histórias sobram de nós?
Quanto tempo tem 50 anos de vida?
Quantos séculos passaram até aqui?
Quantas eternidades ainda nos restam?
Ainda temos corpo?
Este corpo ainda nos pensa?
Conseguimos ainda crescer?
Fazer coisas novas?
Este pensamento ainda gera flores na primavera,
Pássaros de espanto cantam cores na luz do Tejo,
Arvores de sons misturam a infância, os amores, as dores .
A vida corre por dentro como um filme
Trovoadas soltam minas de água fresca .
Paulo Nuno Pereira